1. Polissíndeto / Assíndeto
- Polissíndeto: Repetição das conjunções coordenativas:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre." (Olavo Bilac - Abyssus)
- Assíndeto: Ausência das coordenativas, tendo um período composto por orações coordenadas assindéticas:
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
“Vim, vi, venci.” (Júlio César)
2. Anacoluto
Quebra da estrutura lógica.
“E a menina, para não passar a noite só, era melhor que fosse dormir na casa de uns vizinhos”. (Rachel de Queiroz)
Inversão da estrutura da frase.
"Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza"
(José Honório Duque - Hino Nacional Brasileiro)
4. Eufemismo Expressa de forma suave alguma ideia de forma desagradável
5. Pleonasmo
É uma redundância (proposital ou não) numa expressão, enfatizando-a.
6. Zeugma
Omissão de um termo já mencionado.
Ocorre pela associação, em uma mesma expressão, de sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
"Ouça alto, veja colorido"
Trata-se da aproximação de elementos de universos diferentes, associados por meio de um conectivo
“O amor é como um raio galopando em desafio” (Djavan - Faltando um Pedaço)
Consiste da repetição de uma ou mais palavras no início de vários versos.
“Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só." (Rocha Lima)
9. Ironia
Consiste em dizer o contrário do que se está pensando ou em satirizar, questionar certos tipos de comportamento com a intenção de ridicularizar.
10. Hipérbole É um emprego proposital de uma expressão exagerada.
11. Prosopopeia ou Personificação Consiste em atribuir vida ou qualidades humanas a seres inanimados, irracionais, mortos.
12. Iteração ou Repetição É a repetição de um termo como recurso estilístico. Distingui-se do Polissíndeto por ser a reiteração de qualquer palavra e não apenas da conjunção coordenativa.
“João amava Teresa
que amava Raimundo
que amava Maria
que amava Joaquim
que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e
Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história”
(Carlos Drummond de Andrade – Quadrilha)
Evidencia a oposição entre duas ou mais idéias.
“Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês”
(Caetano Veloso - O Quereres)
Quando uma palavra é usada em sentido impróprio por falta de outra mais específica. Baseia-se na semelhança de forma ou função de duas idéias.
"asa da xícara" "batata da perna"
"maçã do rosto" "pé da mesa"
"braço da cadeira" "coroa do abacaxi"
15. Gradação Uma sequência de idéias em ordem crescente ou decrescente. Quando em ordem crescente temos o clímax, e quando em decrescente anticlímax.
Crescente:
"De seu calmo esconderijo, o ouro vem, dócil e ingênuo; torna-se pó, folha, barra, prestígio, poder, engenho... É tão claro! - e turva tudo: honra, amor e pensamento.” (Cecília Meireles - Romance II ou do ouro incansável)
Decrescente
"Oh. não aguardes que a madura idade te converta essa flor, essa beleza, em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.” (Gregório de Matos - 1º Soneto a Maria dos Povos)
É uma comparação sem o elemento de ligação entre os termos que estão sendo comparados. Existem dois tipos de metáfora:
a) os dois termos relacionados aparecem na frase:
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(Manuel Bandeira - O Bicho)
17. Metonímia
É a substituição de um termo por outro estabelecendo uma relação lógica de sentido. Substituições que podem originar metonímia:
a) Marca pelo produto
b) O conteúdo pelo continente
Tomei uma latinha de guaraná
18. Aliteração
Repetição de fonemas idênticos ou parecidos em palavras, em verso ou frase.
“Será que a morena cochila escutando o cochicho do chocalho
Será que desperta gingando e já sai chocalhando pro trabalho” (Chico Buarque - Morena de Angola)
Omissão de um termo da frase facilmente identificável por elementos gramaticais ou pelo contexto.
"No mar, tanta tormenta e tanto dano." (Camões - Os Lusíadas)
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